Operação

O espanhol Antônio Garcia Gonzalees e mais cinco pessoas acusadas de integrar esquema de exploração e tráfico internacional de mulheres foram presas na operação Madri, realizada pela Polícia Federal em Mato Grosso e Goiânia. Do total de presos, estão quatro mulheres de Barra do Garças (516 km de Cuiabá) acusadas de aliciar e mandar para o exterior, no mínimo 11 garotas que “serviriam” nas cidades de Madri e Barcelona, na Espanha. Uma delas aliciou a própria irmã. A quinta presa é funcionária de uma agência de turismo da cidade de Pontalina (GO), que era a responsável pela emissão das passagens aéreas.

Antônio, segundo o delegado federal Éder Rosa de Magalhães, era um emissário da quadrilha e já esteve no Brasil em outubro passado retornando ao seu país acompanhado de 4 mulheres. Ele tinha como incumbência vir ao Brasil para fazer um “controle de qualidade” com direito a “testar” o desempenho das mulheres aliciadas. Ele foi preso após embarcar no aeroporto internacional de Goiânia com destino à Espanha. Ele levava três mulheres, na faixa etária entre 22 e 25 anos. As três garotas prestaram depoimento. Segundo o delegado, as vítimas tinham conhecimento de que iriam trabalhar como prostitutas, mas não tinha ciência sobre a situação semelhante a escravidão que iriam viver. “Elas pagavam cerca de R$ 4 mil pela viagem e custos adicionais. O primeiro contato era feito em Barra do Garças, em seguida iam para Goiás onde a documentação para viagem era providenciada. O embarque era feito em São Paulo”, explica o delegado. As aliciadoras de Barra do Garças percorriam danceterias, boates e até mesmo faculdades em busca de interessadas no golpe. As mulheres, geralmente de baixa renda e com o biotipo de pele morena, recebiam a promessa de que só gastariam o equivalente a 50 euros por dia (para despesas com estadia e alimentação) e o lucro seria de até mil euros por dia.

Na verdade a situação é bem diferente, prova disso é que a PF dispõem de informações de uma delas está tentando retornar ao Brasil há quatro meses, mas em razão das “dívidas” contraídas não pode deixar o prostíbulo.