Justiça

Eles devem responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude a licitação

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) ofereceu três denúncias, nesta sexta-feira (6/4), à 12ª Vara da justiça federal no âmbito da Operação Panatenaico. No total, foram 12 pessoas denunciadas, que devem responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude a licitação.
 

A Panatenaico foi deflagrada em maio de 2017, com o objetivo de apurar irregularidades na reforma do Estádio Mané Garrincha.

Confira a lista dos denunciados, segundo informou o DFTV:

Agnelo Queiroz – Ex-governador do DF
Tadeu Filippelli – Ex-vice-governador do DF
José Roberto Arruda – Ex-governador do DF
Maruska Lima de Sousa Holanda – Ex-diretora de Edificações da Novacap e ex-presidente da Terracap
Nilson Martorelli – Ex-presidente da Novacap
Fernando Queiroz – Proprietário da Via Engenharia
Jorge Luiz Salomão – Operador de Agnelo
Sérgio Lúcio Silva de Andrade – Operador de Arruda
Afrânio Roberto de Souza Filho – Operador de Filippelli
Luiz Carlos Alcoforado – Ex-advogado de Agnelo, teria recebido propina destinada ao petista
Wellington Medeiros – Ex-desembargador e advogado, teria recebido propina para Arruda
Alberto Nolli Teixeira: era diretor de Construção da Via Engenharia, engenheiro, casado e morador do Setor Sudoeste, é apontado como um dos pagadores de propina em nome da empreiteira

Desvio milionário
As investigações da Polícia Federal identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão. A estimativa de desvio na obra é de R$ 900 milhões. A operação é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez.

O alvo da investigação era a formação de um cartel por várias empreiteiras para burlar e fraudar o caráter competitivo da licitação e assegurar, de forma antecipada, que os serviços e as obras fossem realizados por consórcio constituído pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os vencedores teriam pago propina a agentes políticos e públicos.

Os advogados de defesa dos ex-governadores Arruda, Agnelo Queiroz e de Filippelli, além de Afrânio, afirmaram não ter lido a denúncia. Segundo eles, poderão comentar o caso somente após obter acesso ao documento. O Metrópoles tenta contato com os defensores dos outros denunciados.