Justiça

Sete pessoas foram presas nesta quinta-feira pela Polícia Federal, dentro da Operação Castanhola, com o objetivo de prender uma quadrilha especializada no tráfico internacional de mulheres na cidade de Anápolis (GO). A quadrilha já mandou cerca de 200 mulheres para Portugal e para a Espanha. A operação contou com 60 policias federais de Goiás e do Distrito Federal.

Entre os presos estão Neiva Inês Jacoby, conhecida como “Gaúcha” e considerada a principal aliciadora, e Jair Pedrosa Júnior, proprietário da empresa Transamérica Viagens e Turismo, envolvido no envio de mulheres. Passaportes e outros documentos encontrados na empresa estavam relacionados à organização criminosa. Os presos foram indiciados por crimes de formação de quadrilha e tráfico internacional de pessoas, e podem ser condenados com penas de até 11 anos de reclusão. Uma pessoa ainda está foragida.

Segundo o delegado Luciano Dornelas, da Delegacia de Crimes Institucionais de Goiânia, as polícias portuguesa e espanhola estão realizando ações em prostíbulos europeus, para detectar os receptadores e as brasileiras que servem à prostituição. “Precisamos lembrar que, fora esses criminosos residentes em solo brasileiro, há os donos dessas boates nos dois países, e os policias de lá estão investigando todas as pessoas envolvidas”, informou.

A quadrilha foi identificada a partir da denúncia do pai de uma das vítimas da quadrilha. Há três meses as polícias dos três países vinham coletando provas. “Nós já tínhamos observado de forma discreta o embarque dessas mulheres no aeroporto de Goiânia e repassávamos as informações para as autoridades desses países. Lá os policiais colhiam provas de que elas realmente estavam indo para a prostituição”, acrescentou o delegado.

Um proprietário e um gerente de boate na Espanha foram presos. Onze mulheres brasileiras já foram encontradas em situação de prostituição na Espanha e esperam a deportação.